Escrito por:
Russeff Advogados
30/05/2025

Base de cálculo da pensão: como saber se você está recebendo menos do que deveria?

Imagine a seguinte cena:

Joana, mãe de um menino de 6 anos, recebe pensão alimentícia todo mês. O valor foi fixado em 30% do salário registrado do pai. Por um tempo, ela acreditou que tudo estava certo. Mas um dia, uma amiga comentou: “Seu ex recebe comissão fixa todo mês. Isso entra na conta da pensão, viu?”

Ela congelou.

Nunca soube disso. E então veio a dúvida: “Será que estou recebendo menos do que meu filho realmente tem direito?”

Se você é mãe e também tem essa insegurança, este artigo é para você.

Afinal, o que é base de cálculo da pensão?

A base de cálculo é o valor sobre o qual o percentual da pensão é aplicado. Quando um juiz determina, por exemplo, que a pensão será de 30% da renda do pai, é essencial entender o que entra nessa conta.

E aqui mora o problema: nem sempre todos os rendimentos do alimentante (quem paga) são considerados corretamente.

Por que isso é importante?

Porque pode significar menos dinheiro para seu filho todo mês.

Dinheiro que faz falta no supermercado, na escola, na farmácia.

O que entra na base de cálculo da pensão?

Em regra, são considerados:

  • Salário fixo (CLT ou funciónario público)
  •  Horas extras frequentes
  •  Comissões mensais
  •  Adicional noturno, periculosidade, insalubridade (se forem habituais)
  •  Gratificações constantes ou bonificações mensais

Esses valores refletem a capacidade real de pagamento do genitor.

E o que não entra no cálculo?

  • Vale-refeição
  • Vale-transporte
  • Ajuda de custo eventual
  • Participação nos lucros (se for pontual)

Esses são considerados valores indenizatórios ou transitórios, que não aumentam de forma estável a renda do pagador.

Erros mais comuns na base de cálculo

  1. Considerar apenas o salário “na carteira” e ignorar comissões constantes.
  2. Desconsiderar rendimentos de MEI ou empresa em nome do genitor.
  3. Aplicar percentual sobre um salário mínimo fictício (quando há provas de renda maior).

Exemplo prático

O pai da Mariana é representante comercial. Tem um salário fixo de R$ 2.000,00, mas recebe comissões que variam entre R$ 1.500,00 e R$ 2.500,00.

A pensão foi fixada em 30% apenas do salário fixo.

Resultado: Mariana recebe R$ 600,00, mas deveria estar recebendo algo entre R$ 1.050,00 e R$ 1.350,00.

Como saber se o valor da pensão está correto?

 Solicite o contracheque completo ou declaração de imposto de renda do genitor.

Avalie se há outras fontes de renda (empresas, aluguel, atividades informais).

Converse conosco para revisar o acordo judicial ou a decisão anterior.

O que fazer se o cálculo estiver errado?

Se você identificar que o valor da pensão está abaixo do justo:

  1. Reúna documentos que comprovem a renda real do genitor.
  2. Solicite revisão judicial da pensão alimentícia.
  3. Peça que o juiz fixe a pensão sobre a renda completa, com base nos documentos apresentados.

Conclusão: seu filho pode estar recebendo menos do que precisa

Muitas mulheres aceitam valores baixos por desconhecimento dos seus direitos.

Conhecer a base de cálculo da pensão alimentícia é um passo essencial para garantir que seu filho não seja prejudicado.

Se você desconfia que a conta está errada, não ignore esse sinal.

Encaminhe este artigo para outra mãe que pode estar passando pela mesma dúvida.

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